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Divino futebol

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Ricardo Acampora | 14:00, segunda-feira, 29 junho 2009

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A conquista da terceira Copa das Confederações pela seleção brasileira foi intensamente comemorada pelos jogadores e comissão técnica.
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Afinal, o título veio com uma vitória de virada, conquistada com muita determinação por um time que se por um lado não tem o brilhantismo de outras seleções brasileiras, por outro mostra espírito coletivo e grande união.

A vitória do Brasil sobre o esforçado time dos Estados Unidos era esperada e portanto não chegou a surpreender.
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O que surpreendeu mesmo foi o fervor religioso demonstrado explicitamente por inúmeros jogadores que aos poucos foram revelando o amor a Jesus em mensagens em inglês estampadas em camisetas que vestiam por baixo da famosa camisa canarinho.

Os comentaristas da 鶹 que acompanharam a final também não estavam preparados para a reza coletiva, com todos ajoelhados, de mãos dadas, num círculo feito em pleno gramado que incluiu até a comissão técnica.
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Um deles disse que o capitão Lúcio parecia um pregador evangélico pela emoção com que proferia cada palavra.

Num lugar como a Grã-Bretanha, onde o povo está acostumado a conviver respeitosamente com diferentes religiões, surpreende o fato de atletas usarem a combinação entre um veículo de grande penetração como a televisão e a enorme capacidade de marketing da seleção brasileira, para divulgar mensagens ligadas a crenças, seitas ou religiões.

Se arriscam a serem confundidos com emissários de pregadores dispostos a aumentar o número de ovelhas de seus rebanhos às custas do escrete canarinho, como emissários evangélicos em missão.

Para os críticos deste tipo de atitude, isso soa oportunismo inadequado e surpreende ver que a Fifa não se opõe a que jogadores se descubram do "manto sagrado" que os consagrou para exibir suas preferências religiosas.

Será que a tolerância da entidade teria sido a mesma se ao final do jogo algum jogador mostrasse uma camiseta dizendo "Eu não acredito em Deus" ? Ou se outro fosse um pouco além e gravasse no peito algo como "Essa vitória foi obtida graças ao esforço dos jogadores sem nenhuma interferência divina ou sobrenatural"?

É comum ver atletas fazendo sinal da cruz ao entrar em campo, beijando anéis, medalhas de santos, cruzes e patuás que trazem pendurados em cordões e apontando aos céus como a agradecer pelo gol marcado. Ninguém tem nada a ver com manifestações individuais.

Mas uma manifestação coletiva, explícita e organizada como um ritual religioso pode dar margem a críticas ao ser associada a um bem público, a uma instituição tão democrática como a seleção brasileira.

A religiosidade de cada um seja ela qual for merece respeito, da mesma forma como merece ser respeitada a falta de religiosidade daqueles que assim optaram a seguir a vida.
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Se a moda pega, a Fifa corre o risco de ter a Copa do Mundo do ano que vem cheia de manifestações religiosas, com missas, cultos e pregações diversas após cada partida.

O povo merece continuar torcendo pelo futebol de sua seleção, independente da reza, sessão espírita, ponto, ritual de sacrifício, sermão ou pregação.

Afinal, futebol é bola na rede, o resto é conversa.

Derrota com dignidade

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Rodrigo Durão Coelho | 14:00, sexta-feira, 26 junho 2009

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Logo no início da semi-final de quinta-feira, quando Lúcio deu um chapéu em um adversário no meio-campo, a garota negra sul-africana ao meu lado começou a rir.

O namorado dela, entre mau humorado e resignado, disse apenas: Samba.

Como se o Brasil e seu samba marchassem com a certeza do inexorável em passo firme e constante para aniquilar qualquer um que se ponha em seu caminho.

Mas não foi assim que aconteceu.

Durante quase todo o tempo regulamentar dessa noite glacial em Johanesburgo, a eufórica torcida africana tratou de elevar a temperatura ambiente com seus cantos, cores e eternas vuvuzelas.

Contagiou os limitados jogadores que, superando-se com determinação, decidiram que o Brasil não iria ter o que queria facilmente.

A ponto de, no final do segundo tempo, o gol brasileiro ter a consistência física de um banho de água gelada sobre a platéia, devolvendo-a a uma realidade de temperatura negativa e futebol inferior.

O jogo terminou ainda em meio ao choque coletivo e as hordas foram deixando as dependências em silêncio traumatizado. Mas não por muito tempo.

Menos de dez minutos após o final da partida, as vuvuzelas já ocupavam o espaço sonoro no Ellis Park, mostrando que, apesar da derrota e eliminação do torneio, a África do Sul não fez feio.

"Perdemos por causa de um único erro. O jogo poderia ter acabado com outro placar, poderia ter dado qualquer coisa", me disse o jovem Dominick.

Tanto ele como seus amigos diziam que aprovavam o desempenho de sua seleção.

O técnico Joel Santana parece ter opinião parecida.

"Estou feliz, orgulhoso e satisfeito com meu time hoje", disse ele nas entrevistas pós-jogo.

"Talvez com mais um ano de trabalho, nós possamos chegar no ponto de derrotar o Brasil."

Ladrões tentam roubar policiais brasileiros na África do Sul

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Rodrigo Durão Coelho | 12:27, quinta-feira, 25 junho 2009

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A Justiça sul-africana condenou a 5 anos de prisão dois assaltantes menos de 24 horas após eles terem tentado roubar o quarto de hotel de dois policiais brasileiros, na cidade de Pretória.

Os brasileiros vieram ao país observar a atuação da polícia local durante a Copa das Confederações.

Os dois assaltantes, de 21 anos de idade, foram pegos ao tentar entrar no quarto dos policiais durante a madrugada.

Um porta-voz da polícia local disse que a rapidez do processo judicial é resposta à promessa de agir com eficiência durante os eventos da Fifa.

Mas a vontade de coibir excessos pode acabar gerando outros.

O apresentador de TV Walter Mokoena, conhecido por suas explosões temperamentais, foi suspenso por tempo indeterminado da estatal SABC após pedir, ao vivo, a demissão de Joel Santana nesta segunda-feira.

Já pensou se a moda pega no Brasil? Creio que os únicos técnicos da seleção nacional que não tiveram suas demissões pedidas na TV foram aqueles que exerceram a função antes da invenção do aparelho.

Pena. O progresso do time passa tambem pelas críticas e discussões democráticas.

A moda Dunga

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Ricardo Acampora | 09:49, quarta-feira, 24 junho 2009

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Se por um lado Dunga vai aos poucos conseguindo calar os críticos com as recentes vitórias da seleção, por outro o guarda-roupas do técnico continua deixando muito a desejar.

Pelo menos essa é a opinião da jornalista esportiva e apresentadora do canal de TV da 鶹 que está cobrindo a Copa das Confederações, Gaby Logan.dungaE212266.jpg

No intervalo do jogo Brasil x Itália, Gaby mostrou os modelitos usados por Dunga nos jogos do torneio e gozou o que chamou de mau gosto do técnico brasileiro.

Com uma grande dose de bom humor, a apresentadora zombou do senso estético e das combinações pouco ortodoxas do vestuário de Dunga.
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Acompanhada pelos comentaristas do programa - os ex-zagueiros do Arsenal e da seleção inglesa, Lee Dixon e Martin Keown - Gaby entrou no clima das gozações tão comuns no mundo do futebol.

Disseram que Dunga usava um blazer típico de um professor de geografia e que a camiseta vermelha que usava por baixo comprometia toda a sobriedade da indumentária.

Foi divertido. Cheguei a rir junto quando criticaram a camisa de gola rolê do técnico dizendo que ela tinha um estampado de gosto duvidoso que mais lembrava uma cortina ou o forro de um sofá.dungaC386217.jpg

Martin Keown entrou no clima de gozação e disse que os jogadores brasileiros do time do Arsenal de sua época também se vestiam de modo estranho. Sem dar nomes aos bois, comentou que um deles usava uns sapatos absurdamente ridículos.

E sem a menor cerimônia Keown passou a incluir todo o país no mau gosto dos boleiros brasileiros que conheceu: "maybe it´s a Brazilian thing" - talvez isso (o gosto extravagante) seja uma coisa de brasileiro, disse o zagueirão.

Pera aí, assim já é demais. Uma coisa é o Dunga com seus gostos e mau gostos, outra coisa somos nós, o restante dos brasileiros.
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Fico pensando que se a moda pega, comentaristas como Keown, que generalizam suas observações, podem olhar para o time do Dunga e pensar que é assim que se joga futebol atualmente no Brasil.

Logo nossa seleção que é muito respeitada e admirada aqui fora pela criatividade, talento excepcional e capacidade ofensiva.

Ô Dunga, olha a responsabilidade. Vamos cuidar melhor desse vestuário!

O momento da África do Sul

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Rodrigo Durão Coelho | 10:37, terça-feira, 23 junho 2009

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"A África do Sul vai vencer o Brasil por 7x0. Os brasileiros não são muito bons", diz a garçonete em Johanesburgo, antes de esparramar a risada farta pelo ar.
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Ela sabe que eu sei que ela está brincando. Mas, chega uma hora em que você tem que se perguntar: o que é o futebol além de uma enorme brincadeira de adultos?

Claro que não é só isso. É negócio seríssimo, riquíssimo e, para muita gente, emburradíssimo também. Coloco, nessa última categoria, os hooligans e os pragmáticos do futebol força, entre outros. Nada a ver com a África do Sul.

Aqui, durante essa Copa das Confederações, o futebol tem sido uma festa. E a festa tem sido boa porque é perceptível o esfoço tanto de organização como do público para que ela assim seja.
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Todos sabemos que o torneio é um ensaio para detectar eventuais problemas e resolvê-los até o Mundial.

Ocorre que, quase na reta final da competição, os problemas surgidos aqui são menores do que o previsto.

É preciso, por exemplo, melhorar o sistema de escoamento do público após as partidas e algumas cidades-sede necessitam ampliar sua rede hoteleira para receber o número previsto de torcedores e profissionais de imprensa.

Mas não se ouviu falar de incidentes que explicitam incompetência crônica ou a alta taxa de criminalidade. Nesse último assunto, vi que nos últimos dois dias vêm aumentando as manchetes na linha de que "criminalidade pode manchar Copa das Confederações".

Elas se referem a dois incidentes, a nebulosa história dos jogadores egípcios e o do integrante da comissão técnica brasileira que dizem ter sido furtados em seus hotéis.

Um porta-voz da polícia veio a público na segunda-feira pedir para que esses incidentes sejam julgados apenas como eventos isolados que são e não amplificados a ponto de gerar uma onda de pânico irracional, com danos para a reputação da África do Sul como país organizador.

Porque o país já começou essa história toda sob uma desconfiança generalizada.

Ainda na segunda-feira, cruzei com Neto, ex-Corinthians e atualmente Band, em um banco de Johanesburgo. Ele se dizia surpreso com a vontade de agradar dos sul-africanos e chegava a temer que isso pudesse comprometer algum aspecto de segurança ou organizacional da Copa de 2010.

Pode ser que sim. Mas talvez seja melhor julgar os sul-africanos pelos resultados concretos do que por previsões.
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Porque, como bem sabe a garçonete do início do post, se é para tentar prever o futuro, que pelo menos ele seja pintado por nossas mentes como algo inspirador. Uma goleada sobre o Brasil, por exemplo.

Se não, afinal de contas, a brincadeira perde a graça.

A queda do Império Italiano

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Rodrigo Durão Coelho | 10:46, segunda-feira, 22 junho 2009

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Uma derrota por 3x0 já é uma goleada? Há divergências.

Mas não há dúvidas de que se qualquer uma das 4 grandes nações futebolísticas (Brasil, Argentina, Itália e Alemanha) perder por esse placar e, principalmente, mostrando um futebol tão diminuto como o da seleção italiana contra o Brasil, o céu certamente se abriria para que os humanos pecadores ficassem a mercê da ira dos deuses.

Ou não?

Surpreendentemente, não é isto que está ocorrendo.
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Após o jogo, um mal-humorado Marcello Lippi falou que não vai mudar nada no planejamento italiano para a Copa de 2010. Perguntado se não estava na hora de renovar, o técnico italiano retrucou dizendo "e chamar quem?"

Uma enquete feita pelo site da revista Goal perguntou ao longo da semana passada se o treinador deveria sair caso a Itália perdesse para o Brasil. A maioria votou para que ele ficasse.

Nesta segunda-feira, o tom da imprensa esportiva italiana é mais de resignação do que revolta.

O técnico achar que não tem ninguém melhor para chamar do que esses jogadores talvez seja um sintoma da grande crise que atinge o futebol italiano.

Nos clubes, ela já era visível há tempos.

Desde 2006, especificamente, quando Milan, Juventus, Lazio e Fiorentina foram condenados por tentar manipular jogos.

O resultado que vem sendo visto é que a Serie A está deixando, pela primeira vez em 25 anos, de atrair os melhores jogadores do mundo. Kaká foi, dos grandes, o mais recente a trocar a Itália pela Espanha mas pode não ser o último.

Aparentemente até a multi-campeã Internazionale se tornou pequena demais para Ibrahimovic, que diz querer jogar em um time com chances de ganhar a Liga dos Campeões.

Mesmo discurso do lateral-direito Maicon, até o momento, ainda companheiro do sueco.

A venda de Kaká oficializou o status reduzido do Milan, que deixou de ser um tubarão voraz, colecionando talento à vontade, para ocupar a desconfortável posição de time vulnerável aos euros de outros, obrigado a vender seu maior talento.

Todo esse baixo astral talvez tenha a ver com as declarações irritadas do goleiro Buffon na semana passada, que disse que a Itália nunca iria jogar o "futebol champagne". Quem quiser assistir a isso, que vá ver a Espanha ou o Brasil, bufou.
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A Espanha, quem diria, que até recentemente não passava da fúria descontrolada e inconsequente, é apontada agora como favorita ao lado do Brasil.

Azar da sul-africana Shaakira.

Na saída do estádio Loftus Park na noite de domingo, a garota de 19 anos ainda carregava a bandeira italiana nas mãos e pintada na bochecha, além de vestir um agasalho do time.

"Comecei a torcer pela Itália em 2006, depois da Copa", disse.

"Talvez não tenha sido uma boa ideia."

Egípcios e o sexo, uma história de azar

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Rodrigo Durão Coelho | 11:19, domingo, 21 junho 2009

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Na manhã de sexta-feira surgiu a notícia de que cinco jogadores egípcios haviam sido furtados em seu hotel, após a impressionante vitória contra a Itália.

Neste domingo, a imprensa sul-africana acrescenta detalhes à história.

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Segundo o Sunday World, um porta-voz da polícia local, onde o crime foi primeiro relatado, disse que cinco prostitutas foram levadas ao hotel naquela noite e, coincidentemente, desapareceram simultaneamente com os dólares dos jogadores.

O Sunday World diz ainda que a reação inicial dos egípcios não foi das melhores.

"Eles acusaram os empregados. Somos negros, portanto ladrões", teria dito um guarda do hotel ao jornal.

Tentei durante boa parte da manhã de domingo entrar em contato com o porta-voz da seleção egípcia, mas seus dois telefones permanecem desligados.

Considerando por um momento que a história possa ser verdade, fiquei com pena dos egípcios.

Em lugar nenhum vi gente tão reprimida sexualmente como no Egito, onde a religião não permite que se faça sexo antes do casamento e os costumes e a situação financeira impedem que se case antes de se ter dinheiro e estabilidade. O que, para a maioria da população costuma ocorrer não antes dos 30 anos de idade.

Não que os "faraós" furtados se enquadrem nisso. Eles são tão bem pagos quanto qualquer outros jogadores de ponta e, portanto, já possuem os pré-requisitos para ter uma vida sexual normal.

Mas lamento o azar desses garotos que, na noite em que conseguiram o impossível e quiseram comemorar a valer, despencaram em um escândalo que, no Egito, deve assumir proporções bem maiores do que teria no mundo ocidental. E deve contribuir para consolidar ainda mais a ideia de que sexo é errado e traz a ruína.

Um lado meu sente pena sim. Mas outro fica revoltado com a ignorância que leva a reações racistas, como a mencionada acima. Isso, claro, se o que a imprensa sul-africana publicou neste domingo tiver sido verdade.

A depressão americana. E neozelandeza.

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Rodrigo Durão Coelho | 15:43, sábado, 20 junho 2009

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Curiosa essa Copa das Confederações. A suposta democracia do regulamento, que alguns céticos criticam por ser meramente política, de permitir o ingresso de vencedores de todas as confederações continentais, vem gerando uma onda de depressão na torcida dos times com pior desempenho.

É como se EUA e Nova Zelândia, potenciais na vida e em outros esportes, percebessem que estão bem abaixo da linha da pobreza futebolística.

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Cresce na mídia neo-zelandeza a ideia de que o país deveria abandonar a semi-amadora Oceania e seguir o exemplo autraliano, que desde 2006 é parte da Confederação Asiática. O argumento, bem-sucedido segundo os autralianos, é enfrentar uma competição melhor e consequentemente desenvolver o futebol de sua seleção.

Vozes vindas dos EUA seguem a mesma linha. Arguentam que rivais como Cuba e Jamaica não são exatamente testes duros o suficiente para desenvolver uma equipe que almeja bater as potências do esporte.

Outros já sentem saudade do espírito de luta demonstrado pela equipe de Lalas, na Copa de 94, que se mostrou um adversário digno do eventual campeão Brasil e pedem a cabeça do técnico Bob Bradley.

Se nota-se tristeza na parte da baixo da tabela, é perceptível ainda a consolidação de uma classe média lutadora, ocupada pelos países do Oriente Médio.

Não fosse pelo tolo pênalti cometido no último minuto do jogo contra o Brasil, o Egito começaria a partida desta noite contra os EUA em melhores condições de se classificar do que a Itália. Apesar de sua trepidante campanha nas eliminatórias, a organização tática e o espírito de luta dos campeões africanos estão sendo reconhecidos tanto nas ruas do Cairo como no exterior.

Por falar em espírito de luta, me lembrei de uma conversa que tive ano passado com o brasileiro Jorvan Vieira, então treinador iraquiano. Ele dizia que a equipe, finalmente depois de anos, voltou a treinar no país e não mais em vizinhos.

Mesmo assim, por motivos de segurança, para qualquer deslocamento dentro da capital Bagdá, Jorvan usava um comboio composto por 8 carros blindados, além do dele. Três na frente, três atrás e um de cada lado do carro em que viajava. O técnico dizia ainda que quase todos os seus jogadores tinham perdido algum parente ou possuiam alguma história triste da guerra para contar.

Acredito que superar este tipo de dificuldades para jogar bola possa ser positivo. Os resultados em campo, pelo menos, mostram isso.

Itália não é Espanha, Egito é roubado.

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Rodrigo Durão Coelho | 10:53, sexta-feira, 19 junho 2009

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"Nós não conseguiríamos jogar como a Espanha nem que treinássemos 10 horas por dia. É uma questão de estilo" disse o técnico italiano, Marcello Lippi, antes do jogo contra o Egito.
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Depois da derrota por 1x0, a primeira na história da Itália para um time africano, Lippi disse que os italianos tão pouco foram fiéis ao seu próprio estilo e não foi porque jogaram com um uniforme igual ao do Uruguai.

Faltou agressividade e sobrou categoria ao goleiro egípcio, disse o técnico. Brasil e Itália costumam fazer jogos fechados, emburrados.

Com a necessidade italiana de marcar gols para se classificar, a partida de domingo passou a prometer mais diversão.

Mas nem tudo foi alegria para o time egípcio. A maioria terminou a noite com a sensação de ter sido roubada. Literalmente.

Ao voltar ao hotel em Johanesburgo, os jogadores perceberam que ladrões haviam furtado dinheiro (não se sabe ao certo a quantia, mas calcula-se que seja algo na casa dos milhares de dólares).

Nova Zelândia

O técnico da Nova Zelândia, Rikki Herbert, considerou boa a experiência na Copa das Confederações, onde seu time marcou zero e tomou sete gols em duas partidas, evitando ainda marcar o primeiro ponto da história do país em três participações no torneio. "É bom entrar em contato com potências do futebol", diz ele.

Antes da competição, a Nova Zelândia era vista como uma eventual surpresa por ter resistido bravamente à Itália, que derrotou a equipe por 4x3.

Tendo em vista os últimos jogos, percebe-se que aquela partida revelou muito mais sobre o time italiano do que a respeito dos vizinhos da Austrália.

Sem TV

Os sul-africanos podem ficar sem ver a Copa pela TV. Os sindicatos discutem entrar em greve na semana que vem por causa de uma disputa que se arrasta há meses sobre aumento salarial.

A estatal SABC, que tem os direitos de transmissão para o país, oferece 8% de aumento, mas os sindicatos exigem 12%. A decisão de entrar ou não em greve deve sair nos próximos dias.

A Fifa disse que vai distribuir ingressos gratuitos entre a população pobre para os próximos jogos da Copa das Confederações para evitar estádios vazios.
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A distribuição já estava acontecendo de fato e não foi revelado ainda quantos ingessos vão ser dados agora em caráter oficial.

A organização local divulgou a média de público até agora do torneio, 30.731, maior do que qualquer outra edição da Copa das Confederações exceto a última, na Alemanha.

Mesmo assim, o que parece incomodar a Fifa e o observador neutro, são os grandes espaços vazios nos estados construídos para acomodar mais gente.

Terapia do grito

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Rodrigo Durão Coelho | 10:41, quinta-feira, 18 junho 2009

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Gritar à vontade durante um jogo de futebol pode ser altamente terapêutico.

Especialmente se seu grito se perde em meio a uma cacofonia animada que contribui para tornar um evento relativamente morno, como uma partida de futebol por vezes medíocre, em um evento que faz o sangue ferver.

Assisti ao jogo entre África do Sul e Nova Zelândia na casa de moradores de Johanesburgo, pessoas vindas de famílias pobres que, graças à democratização e programas de distribuição de renda para negros, em vigor desde 1994, subiram de classe social, para o que no Brasil seria considerado média alta. Dinheiro de ouro e diamantes.

Mas a ascensão social não suavizou a animação dessa gente que atende por apelidos como Gift (presente), Tomb Boy (menino da tumba) e Joy (alegria). E desde o início da partida, os urros, gritos, saltos e socos na mesa ou no ar são constantes.

Outra polêmica que surgiu essa semana tem a ver com o barulho. As 'vuvuzelas' são os cornetões que não param de soar durante todo o jogo. Elas vêm sendo criticadas por serem altamente azucrinantes, mas o fato de as críticas virem, na maioria, de brancos, gerou um debate racial.

Os negros dizem que a vuvuzela é parte integrante da forma deles torcerem. Portanto, se eles se comportam de acordo com a etiqueta local nos jogos de rúgbi e críquete que atendem, que os brancos, considerados por eles verdadeiros turistas em estádios de futebol, respeitem a tradição. Ok, muito bem, me convenceu.

Eu, que na primeira vez que estive em um estádio sul-africano saí com um zumbido constante no ouvido e a cabeça latejando por causa da vuvuzela, já me convenci a levar um analgésico para o estádio e resolver a parada.

Voltando à casa de Gift: o relato que fiz dizendo acreditar que o zagueiro Matthew Booth, branco, estava sendo vaiado pelos torcedores, gerou gargalhadas gerais. "É uma armadilha para enganar quem não conhece", disseram eles.

Com bom-humor, me disseram também que o técnico da seleção da África do Sul, Joel Santana, lhes lembrava o personagem do filme O bom, o mau e o feio, de Sergio Leone. O brasileiro seria o feio, no caso.

Ouvir isso enquanto vejo o rosto de Joel, com expressão de quem acabou de ser acordado no meio da noite pela polícia secreta, contribui para o efeito cômico.

De qualquer forma, a vitória por 2 a 0, se não foi o massacre necessário para lavar a alma da torcida, proporcionou uma sobrevida ao time, que ainda sonha com uma passagem para as semifinais.

De olho na música

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Rodrigo Durão Coelho | 12:37, quarta-feira, 17 junho 2009

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Como se não bastassem os problemas em campo e os estádios semi-vazios (ou meio cheios, dependendo do ponto de vista), a Copa das Confederações conseguiu despertar outro tipo de revolta nos sul-africanos, a abreviação do hino nacional.

"Foi um tapa na cara de nossa pluraridade cultural" disse o presidente da Afrikanerbond, influente organização de defesa da cultura Africaner, um dos diferentes grupos étnicos que compõem o país.

Tudo porque no jogo da estreia, domingo, foi tocada uma versão de 90 segundos do hino nacional, o que está de acordo com o protocolo da Fifa.

A letra é cantanda em cinco línguas, xhosa, zulu, sesotho, africâner e inglês, sendo que as partes referentes aos dois últimos idiomas foram cortadas.

Mesmo a Federação de Futebol Sul-Africana (em inglês, Safa) se diz preplexa com o ocorrido.

Morio Sanyane, porta-voz da organização, disse que antes da partida a entidade enviou uma versão integral da música.

"Não sei explicar o que aconteceu na hora", disse ele ao jornal local The Citzen.

O assunto vem gerando acalorados debates radiofônicos e muitos sul-africanos vêm se sentindo humilhados com o que dizem ser um desrespeito.

Tanto a Safa como muita gente na África do Sul vão estar atentos nesta quarta-feira, antes do jogo com a Nova Zelândia, para ver se os quase 4 minutos de música vão ser respeitados.

Soweto vê o Brasil jogar

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Rodrigo Durão Coelho | 22:26, segunda-feira, 15 junho 2009

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kaka_egito_ap450.jpg"Não foi ele quem deu um tapa no Bebeto?", pergunta Nelson, um sul-africano que assiste comigo ao jogo do Brasil contra o Egito, na estreia da Seleção na Copa das Confederações.

Nelson se refere a Dunga, e não acredita quando digo que o episódio da Copa de 1998 não foi um tapa - no máximo, uma leve cabeçada. "Foi um tapa sim, hahaha, esse cara é bravo", diz ele.

Estamos em Soweto, bairro de Johanesburgo famoso pela pobreza e por simbolizar como nenhum outro a luta contra o apartheid. No pequeno bar, umas dez pessoas assistem à partida.

"Não é mal para uma tarde de segunda-feira, quando todos estão trabalhando", diz ele, se referindo ao número de pessoas vendo o jogo. Nelson e seu amigo Kutlwano torcem animadamente pelo Brasil e dizem que o placar, então 3 a 1 para o time de Dunga, é prelúdio de um massacre inevitável.

"Os egípcios não têm a menor chance, eles mesmos sabem disso", diz Kutlwano. Eu pergunto o porquê da admiração.

"Por causa do futebol, claro! Ninguém joga tão bem tão consistentemente. E não foi apenas o Pelé, que nunca vi jogar. Adoro o Rivaldo, Ronaldo, Kaká, Robinho e aquele camisa 11, Romário", diz Kutlwano.

"Mas acima de todos, o melhor foi Ronaldinho. Podem dizer que ele está mal, mas o que ele fez eu nunca vi nenhum outro fazer. O Brasil vai ser sempre o melhor..."

Kutlwano - e o mundo todo, aparentemente - é interrompido por um gol egípcio. E outro.

Nesta altura, o bar, grita, bate nas mesas e aplaude fervorosamente a seleção campeã africana, que arranca às pressas o empate.

O jogo muda de história, e os aguerridos egípcios chegam por vezes a parecer mais perto da vitória do que os brasileiros. Ninguém desgruda os olhos da TV.

Ao final, os sul-africanos soltam o riso ao ver o gesto infantil do jogador do Egito que mete o braço para evitar um gol certo brasileiro. Após a conversão do pênalti por Kaká e o apito final que sela a vitória do Brasil por 4 a 3, Kutlwano diz:

"É por isso que, em toda a África do Sul, a garotada chega a preferir usar a camisa do Brasil do que a da nossa própria seleção. Sete gols em um jogo! O Brasil é sempre divertido", diz.

Racismo no futebol sul-africano?

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Rodrigo Durão Coelho | 10:07, segunda-feira, 15 junho 2009

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Existe um limite para o volume de som que uma torcida pode produzir dentro de um estádio. Os quase 50 mil torcedores que neste domingo foram ao Ellis Park de Joanesburgo para ver a partida de estreia da Copa das Confederações entre África do Sul e Iraque pareciam não saber disso.

Eles se esforçavam para ampliar as possibilidades sonoras dos cornetões, fazendo-os rasgar o ar, misturando seu som com o dos gritos e cantos, embalados por tambores de graves imensos que faziam tremer o chão.
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E aplaudiam. Sem parar.

A torcida vibrava com a menor dividida, a bola defendida ou qualquer tentativa de ataque, por mais enfadonha que fosse. Vibrava e dava força a tudo e a todos. Menos para Matthew Booth.

Toda vez que o (neste jogo muito competente) zagueiro alto, branco e careca tocava na bola, se escutava um 'buuuuu' rasante que parecia jogar momentaneamente água gelada na fervura que foi o Ellis Park neste domingo.

Um contraste sonoro muito maior do que quando a oposição iraquiana, fosse ela sunita, xiita ou curda, ensaiava algum perigo.

Ou quando qualquer outro Bafana Bafana furava pifiamente ou enviava um daqueles passes laterais infantis que permitem contra-ataque.

O fato de ele ser o único branco do time - e aí pense em branco total, uma espécie de cover do vocalista do Midnight Oil, e ter levado o tratamento do "buuuuu" logo na primeira vez que tocou na bola, me fez pensar em racismo.

Ainda no primeiro tempo, pesquisando na internet, descobri que Booth havia declarado, em 2003, que "existe racismo na minha África do Sul, na Inglaterra e em muitos outros países. Ele precisa ser combatido". A declaração foi feita quando ele participou de um amistoso internacional contra a discriminação racial.

No intervalo do jogo, pesquisei mais e vi que ele foi um dos nomes mais discutidos entre os convocados por Joel Santana.

O motivo é que o quarto-zagueiro, aos 32 anos e uma década de seleção nacional, seria lento demais.

Ante a indignada imprensa local, Joel teve que justificar sua seleção, em detrimento do que é considerado um melhor defensor, Nasief Morris, do Recreativo Huelva da Espanha, pelo fato de Booth ser alto. 'A maior fraqueza defensiva da África do Sul são as bolas aéreas', disse o treinador brasileiro para os jornalistas do país.

Mas curiosamente, falando com colegas da imprensa local ainda no intervalo, ouvi a explicação de que o próprio nome do rapaz, quando dito de forma alongada (Booooooooth), seria uma onomatopéia de vaia (soa como um longo 'Buuuu'). E que esta inusitada forma de reconhecimento seria, de fato, um incentivo carinhoso ao jogador.

Precisei escutar isso de pelo menos quatro sul-africanos para ficar convencido.

Porque um país com uma recente e complexa bagagem histórica de racismo, como é a África do Sul, não pode ser deixada em paz para saudar um ídolo com uma vaia disfarçada, sem que questões sociológicas sejam levantadas quando o ídolo calha de ser o único branco do time.

Armadilhas interessantes desse futebol globalizado, cuja compreensão às vezes tropeça em curiosas brincadeiras locais.

Quanto ao jogo em si, um impotente 0 x 0, destaque para o tremendo, inesquecível e histórico azar do atacante Bernand Parker que, em um lance de rara plasticidade anatômica, conseguiu evitar um gol do próprio time usando o traseiro.

Florentino Pérez abre a carteira

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Ricardo Acampora | 11:25, sexta-feira, 12 junho 2009

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Sempre que Florentino Pérez vai às compras o faz em grande estilo. Em quatro dias o novo presidente do Real Madrid esbanjou 160 milhões de euros comprando o que há de melhor no mercado. E diz que não vai parar por aí.

Por 67.5 milhões de euros comprou o melhor jogador do mundo de 2007 e por 93 milhões de euros levou para o Santiago Bernabéu o melhor do mundo de 2008.

Por mais sensacional que seja a compra de craques como Kaká e Cristiano Ronaldo parece ser coisa trivial para Pérez e sua turma.

Na última vez em que esteve no comando dos milhões do Real, Florentino comprou Zidane, Ronaldo e Luis Figo, todos vencedores do prêmio da Fifa de melhores jogadores do mundo.

Além desses, também pagou caro para tirar do Manchester United o dublê de craque e garoto-propaganda, David Beckham.

Agora, Florentino volta a por em prática o mesmo modelo de negócio.

Gasta alto com os craques e com eles reforça a marca Real Madrid e explora ao máximo as possibilidades financeiras do futebol como espetáculo, que atrai e fascina uma multidão de apaixonados que pagam caro por uma camisa dos ídolos.

Uma vez Pérez disse que o jogador mais barato que ele comprou tinha sido Zidane, se referindo à receita gerada para o Real pela presença do craque francês, que tinha superado o preço do passe. Para ele o valor aplicado na compra de estrelas de primeira grandeza não é dinheiro gasto é dinheiro investido.

As previsões de quem acompanha a economia do futebol são de que Cristiano Ronaldo e Kaká possam gerar 110 milhões de euros por temporada.

A edição de hoje do jornal britânico The Guardian traz uma declaração do diretor de futebol do Real Madrid, Jorge Valdano, que retrata bem esse estado de negócio em que se encontra o futebol europeu. Valdano diz que o clube compra os grandes jogadores porque eles se pagam.

Como ressalta o artigo, em nenhum momento Valdano cita a capacidade desses craques de fazer gols ou de ganhar partidas e títulos para o clube.

Os próximos alvos de Florentino Pérez e sua turma são o atacante francês Franck Ribéry, atualmente no Bayern Munique e David Villa, do Valencia.

O Real ainda teria outros 160 milhões de euros reservados para gastar no esforço de marketing e no reforço da equipe.

Segundo números publicados recentemente na imprensa espanhola, o clube deve cerca de 800 milhões de dólares.

No último mandato de Florentino,o Real vendeu seu campo de treinamento por quase 1 bilhão de dólares para sanear as finanças.

Parece que os galáticos de Florentino Pérez não conseguiram fazer o clube dar lucro.

Ronaldo e a Palestina

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Rodrigo Durão Coelho | 22:35, segunda-feira, 8 junho 2009

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Há exatos quatro anos, Ronaldo dizia em Ramallah, capital da Cisjordânia, que 'esperava um dia voltar em missão de paz' e prometia 'falar sobre os palestinos', quando retornasse ao seu país natal.

Na época, ele esteve na cidade como representante da ONU. E atraiu uma multidão quase incontrolável de jovens fãs que mal podiam acreditar que um astro daquele quilate e do esporte mais popular estivesse visitando a empobrecida cidade deles.

Em retribuição, batizaram um centro da juventude com seu nome. roni.jpg

Quando estive lá, em 2008, me disseram que o momento mais emocionante foi quando Ronaldo levantou a bandeira palestina, o que para eles representou o reconhecimento do direito de viver como povo independente. Coisa que outros visitantes, inclusive futebolistas brasileiros, frequentemente se recusavam a fazer.

Nesta segunda, dia em que o governo brasileiro anunciou que pretende mesmo levar Corinthians e Flamengo para jogar na Cisjordânia ainda esse ano, conversei com um representante da Autoridade Palestina (AP), que me confirmou que a partida, ainda sem data, deve acontecer no único estádio da região que atende aos padrões exigidos pela FIFA para a realização de jogos internacionais, o Faisal Al-Husein, ao leste de Jerusalém.

Minha fonte na AP disse que o estádio se encontra na região mais segura possível dentro do território. Disse também, rindo, que não devem ser permitidas salvas de tiros para se comemorar os momentos de maior animação. Mais importante, me falou que as pessoas de lá realmente acreditam que esse tipo de (esperamos) amistoso ajuda a melhorar a vida da população.

Me disse que, embora os times europeus sejam os mais conhecidos, a admiração que existe pelos jogadores brasileiros é bem maior.

E que um campo de refugiados em Gaza se chama, extra-oficialmente, Brasil.

E você, o que acha disso tudo?

O melhor de todos os tempos?

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Ricardo Acampora | 15:31, segunda-feira, 8 junho 2009

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Finalmente, depois de muito tentar, Roger Federer ganhou o Aberto da França, o único Grand Slam que faltava em sua vasta coleção.

Desde 1999 o suíço tentava sem sucesso ser campeão nas quadras de saibro de Roland Garros.
federer212266.jpg
Com a vitória na França, Federer entrou para o seleto clube dos tenistas que conseguiram vencer os 4 Grand Slams. Ele é apenas o sexto, toda a história do tênis, a vencer em todo tipo de quadra.

Roger Federer passa a ser, junto com Pete Sampras, o tenista que mais venceu torneios do Grand Slam - que incluem o Aberto dos EUA, Aberto da Austrália, Aberto da França e Wimbledon.

Sampras e Federer têm 14 Grand Slams cada, sendo que o americano já tinha 31 anos quando conquistou o seu 14º torneio, Roger Federer tem apenas 27.

Na opinião de muitos, a vitória no saibro faz de Federer o maior tenista de todos os tempos, o mais completo de todos.

Essas comparações sempre me intrigaram.

Quem foi melhor, Senna, Schumacher ou Fangio? Pelé ou Maradona?

Tenho minhas próprias respostas mas confesso que muitas comparações acabam sendo mal feitas. Nunca vi Fangio pilotar um F-1.

Da mesma forma como comparar Roger Federer com o australiano Rod Laver, que dominou o tênis na década de 60?

Laver não ganhou apenas todos os 4 Grand Slams. Ele o fez mais de uma vez.
laver212266.jpg
Em 1962 e 1969 conseguiu vencer os 4 no mesmo ano. Sem dúvida uma dominação maior do que a de Federer atualmente.

Ontem, o próprio Rod Laver me ajudou a decidir dizendo que para ele Roger Federer é sim o maior tenista de todos os tempos.

Não serei eu a discordar.

Mas o suíço que se cuide. O atual número 1 do mundo, o espanhol Rafael Nadal, ameaça reescrever os livros de recordes.

Com apenas 23 anos ele já coleciona 6 Grand Slams e das sete finais que disputou com Federer venceu 5.
nadal386217.jpg
Parece que logo logo teremos que perguntar a Rod Laver novamente quem é melhor tenista de todos os tempos.

Kaká inaugura temporada da dança das cadeiras

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Ricardo Acampora | 13:51, quarta-feira, 3 junho 2009

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A venda (ainda não confirmada pelo Milan) de Kaká para o Real Madrid parece ter dado início à ciranda dos craques de futebol do verão europeu deste ano.

O difícil é saber quais notícias são verdadeiras e quais são meras especulações de jornalistas, que ansiosos por sair na frente com a informação acabam juntando uma história aqui com outra acolá e publicam como se as negociações já estivessem prestes a serem fechadas.
kakasilvio386217.jpg
Vejam só um pequeno exemplo da dança das cadeiras publicada pelos jornais ingleses nos últimos dias:

1. Carlos Tévez, do Manchester United para o Liverpool.

2. Elano, do Manchester City para a Inter de Milão.

3. Xabi Alonso, do Liverpool para o Real Madrid.

4. Césc Fábregas, do Arsenal para o Real Madrid.

5. David Villa, do Valencia para o Chelsea.

6. Zé Roberto, do Bayern Munich para o Manchester City.

7. Franck Ribéry, do Bayern Munich para o Chelsea.

9. Emmanuell Adebayor, do Arsenal para a Inter de Milão.

10. Amauri, da Juventus para o Milan.

Por enquanto não dá para acreditar em nada, pois logicamente, não existe confirmação por parte dos jogadores, seus agentes ou dos clubes.

Até agora os fatos confirmados dizem respeito à troca de comando nos grandes times europeus.

O hoalndês Guus Hiddink deixou o Chelsea e retomou o comando da seleção russa. Ele foi substituído pelo italiano Carlo Ancelotti que por sua vez foi substituído no comando do Milan pelo brasileiro Leonardo.

No Real Madrid, Juande Ramos deixou o Real Madrid dando o lugar para o chileno Manuel Pellegrini.

No fundo é de uma certa forma frustrante sentir que as férias do futebol europeu nos relegaram a esse tipo de emoção, quase nula.

Já estou torcendo pela chegada dos jogos das eliminatórias da Copa do Mundo e pela Copa das Confederações.

Nada se compara à bola rolando.

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