Derrota com dignidade
Logo no início da semi-final de quinta-feira, quando Lúcio deu um chapéu em um adversário no meio-campo, a garota negra sul-africana ao meu lado começou a rir.
O namorado dela, entre mau humorado e resignado, disse apenas: Samba.
Como se o Brasil e seu samba marchassem com a certeza do inexorável em passo firme e constante para aniquilar qualquer um que se ponha em seu caminho.
Mas não foi assim que aconteceu.
Durante quase todo o tempo regulamentar dessa noite glacial em Johanesburgo, a eufórica torcida africana tratou de elevar a temperatura ambiente com seus cantos, cores e eternas vuvuzelas.
Contagiou os limitados jogadores que, superando-se com determinação, decidiram que o Brasil não iria ter o que queria facilmente.
A ponto de, no final do segundo tempo, o gol brasileiro ter a consistência física de um banho de água gelada sobre a platéia, devolvendo-a a uma realidade de temperatura negativa e futebol inferior.
O jogo terminou ainda em meio ao choque coletivo e as hordas foram deixando as dependências em silêncio traumatizado. Mas não por muito tempo.
Menos de dez minutos após o final da partida, as vuvuzelas já ocupavam o espaço sonoro no Ellis Park, mostrando que, apesar da derrota e eliminação do torneio, a África do Sul não fez feio.
"Perdemos por causa de um único erro. O jogo poderia ter acabado com outro placar, poderia ter dado qualquer coisa", me disse o jovem Dominick.
Tanto ele como seus amigos diziam que aprovavam o desempenho de sua seleção.
O técnico Joel Santana parece ter opinião parecida.
"Estou feliz, orgulhoso e satisfeito com meu time hoje", disse ele nas entrevistas pós-jogo.
"Talvez com mais um ano de trabalho, nós possamos chegar no ponto de derrotar o Brasil."
dzԳáDzDeixe seu comentário
O jogo foi bem equilibrado, muito diferente do que eu esperava.
Concerteza foi a melhor partida da seleção Sul-Africana na Copa das Confederações. E a torcida é muito animada, fez muito bem sua parte.