Um 'penetra' brasileiro entre os vinhos olímpicos
Provando que quer fazer uma Olimpíada com tudo o que tem direito apesar da crise (talvez até mesmo por causa dela), Londres terá mais uma novidade: os vinhos olímpicos.
É a primeira vez desde que as Olimpíadas modernas começaram, em 1896, que os Jogos terão vinhos oficiais vendidos para os torcedores no estádio olímpico e, provavelmente, na maioria dos locais de competição.
Até aí tudo bem para os ingleses. Mas eles se surpreenderam mesmo ao saber que um desses vinhos seria brasileiro.
"É bastante incomum, mas é também um aceno para o país que vai receber a próxima Olimpíada", disse Michael Saunders, o diretor executivo da importadora londrina Bibendum, à revista especializada Harpers Wine&Spirits Trade Review.
A surpresa se deve ao fato de que os vinhos brasileiros são muito pouco conhecidos por aqui. E é possível que continuem assim mesmo após os Jogos, já que os rótulos originais não visíveis.
As garrafinhas de 187 ml importadas pela empresa - são cerca de um milhão de garrafas de cada um dos três vinhos - são personalizadas com as cores da bandeira dos países produtores.
O brasileiro é um shiraz tempranillo que é produzido na vinícola Fortaleza do Seival, na região da Campanha gaúcha, e se juntará a um vinho branco chenin blanc e a um rosé, ambos da África do Sul. As garrafas custarão cerca de 4,50 libras (R$ 14,50).
Mas a grande pergunta é: você tomaria vinho em pleno verão inglês (se bem que, mesmo no verão, o clima pode estar pra vinho mesmo) assistindo a uma partida de vôlei de praia ou a uma competição de atletismo?
Se você, leitor brasileiro acostumado a ter a cerveja como parceira no jogo de futebol, ficou em dúvida, saiba que os ingleses também estão.
Um dos críticos do jornal londrino Evening Standard, Andrew Neather, foi conferir a sofisticação dos vinhos olímpicos e sentenciou: "Eles são inofensivos e vão agradar às multidões, sem dúvida. Mas se eu conseguisse ingressos para os Jogos, eu provavelmente ficaria com a cerveja".