Mourinho, o Especial
Tenho que confessar que não gosto do José Mourinho, técnico do Internazionale de Milão.
Entenda-se: não gosto de suas táticas, que julgo extremamente defensivas. Na verdade admiro muito o personagem José Mourinho.
Me divirto com suas frases de efeito, sua postura enigmática e com ele compartilho uma grande paixão pelo futebol.
E é em nome dessa paixão que hoje tiro meu chapéu para o técnico Mourinho a quem aplaudo de pé.
Na vitória de 1 a 0 contra o Chelsea disputada na noite de terça-feira aqui em Londres que decidiu a passagem para as quartas-de-final da Liga dos Campeões, Mourinho deu um show de tática. O Inter fez uma partida excelente sem dar chances ao Chelsea.
O jogo era aguardado com grande expectativa, pois seria a primeira vez que Mourinho voltaria a Stamford Bridge desde que deixou o comando do Chelsea em setembro de 2007.
Dos 13 jogadores utilizados pelo Chelsea na partida, 9 são remanescentes da "era Mourinho".
E o "Special One" não decepcionou. Sem abrir mão de uma defesa impecável, atenta, forte e experiente (Julio César, Maicon, Lúcio, Samuel e Zanetti), Mourinho surpreendeu ao jogar com três atacantes, Eto´o, Diego Milito e Pandev, sendo que colocou Eto´o e Padev bem abertos nas pontas, dificultando os avanços dos laterais do Chelsea.
Com Lampard e Ballack bem marcados por Cambiasso e Thiago Motta, a criação do Chelsea ficou restrita ao ponta francês Malouda que apesar de ter jogado bem não deu conta da imensa tarefa.
Com isso, Mourinho liberou o holandês Sneijder para armar as jogadas de ataque. O esquema deu certo.
O técnico do Chelsea, o italiano Carlo Ancelotti, não conseguiu desfazer o nó e aos 33 minutos do segundo tempo Sneijder fez um lançamento perfeito para Eto´o que concluiu com a precisão que esbanjava nos bons tempos de Barcelona.
Todos que assistiam ao jogo sabiam que o Chelsea estava liquidado.
Frustrados pela marcação em cima e pela iminência da eliminação em casa, os jogadores do time inglês ficaram nervosos.
O centro-avante Didier Drogba perdeu a cabeça e acabou expulso por pisar na perna do volante Thiago Motta. O zagueiro John Terry saiu de campo xingando o juiz.
Depois do jogo, o ex-craque holandês Ruud Gullit que comentava o jogo num canal de TV, disse que os jogadores do Chelsea não estão preparados para lidar com a provocação e cera dos "italianos".
Ele não notou que o time do Inter não tinha nenhum italiano. O único foi Materazzi que só entrou no finalzinho.
Na verdade o Chelsea sucumbiu diante da mais autêntica catimba sul-americana. Afinal eles enfrentaram 4 argentinos e 4 brasileiros. Todos experientes e bons de bola.
Cheguei a ficar sonhando com uma final de Copa do Mundo com Brasil x Argentina. Já não é sem tempo.
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Eram 4 brasileiros: Thiago Motta, Lúcio, Maicon e Júlio Cesar. Todos, curiosamente, de função defensiva.
Stamford Bridge nao se escreve com "m"? Bem, sou torcedor do Chelsea, e é triste ver o time cair antes das semi-finais depois de nossas participações recentes, mas muito interessante ver franceses se igualaram em numero de times nas quartas de final com os ingleses (dois).
E nem dá pra dizer que fiquei tão magoado com uma eliminação para o Mourinho, pois ele foi lá e provou que de Chelsea ele entende e de lá deveria ter nunca saÃdo. Só fico triste imaginando quando será a vez dos blues. Tambem não estou muito certo se o pisão do Drogba foi proposital, mas agora são águas passadas.
Tem razão: foi uma bela lição de tactica e estratégia! Não acho que o futebol do Mourinho seja feio. Ele põe a equipa a "pensar" naquilo que faz dentro do campo.