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A banana da discórdia

Daniel Gallas | 11:16, quarta-feira, 30 março 2011

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Foi racismo ou não foi? Três dias depois do infame episódio da banana jogada no campo em Londres após o gol marcado por Neymar contra a Escócia, o assunto não morre. Nem aqui na Inglaterra, e nem no Brasil.

Todo mundo tem uma opinião a respeito. O volante Lucas, que joga no futebol inglês, afirma que não há mais espaço para o racismo no mundo hoje, apesar de isso ainda ser recorrente no Primeiro Mundo.

Neymar

A torcida escocesa diz que ela mesma não tolera racismo e condena qualquer manifestação do tipo.

O próprio Neymar reclamou não só da banana, mas também das vaias que tomou durante o jogo, insinuando que elas seriam também um sinal de racismo.

Já parte da rapidamente repudiou as aos torcedores escoceses, antes mesmo que os fatos viessem à tona. "Neymar deveria deixar suas habilidades de samba falar e lembrar da relação especial da Escócia com o Brasil", escreveu um jornalista do no dia seguinte ao jogo.

Todo mundo tem direito a ter opinião sobre o assunto. Eu próprio, seguindo meu instinto e minha experiência morando aqui na Inglaterra há alguns anos, desconfio que este episódio pode muito bem não ter tido nenhum cunho racista, já que manifestações desse tipo são raras. Raras na Inglaterra e na Escócia, mas não no resto da Europa, diga-se.

Mas só opinião não é suficiente. Precisa-se dos fatos também. E a única entidade que poderia apresentar os fatos não o fez de forma convincente.

O Arsenal, dono do estádio, após uma investigação feita conjuntamente com a polícia metropolitana de Londres. Na nota, o clube resume-se a dizer que um turista alemão adolescente jogou a banana no campo.

"A polícia metropolitana está satisfeita que não houve intenção racista e nenhuma outra atitude será tomada", diz o texto.

Se pudermos acreditar no que dizem o Arsenal e a polícia, de fato os torcedores escoceses estão livres de qualquer suspeita de racismo. Mas e o torcedor alemão? Qual foi a intenção dele? Por que jogou a banana? Aliás, quem é o torcedor e qual foi a explicação dada por ele? A polícia sequer ouviu o turista?

Sem essas respostas, é difícil chegar a qualquer conclusão satisfatória sobre o assunto.

Coloco-me no lugar do Neymar e do Lucas, que ao comemorarem o gol do Brasil em meio a vaias dos escoceses, se depararam com uma banana jogada no campo. Com tantos episódios semelhantes na Europa - inclusive um idêntico envolvendo Roberto Carlos na mesma semana, na Rússia - qual será o sentimento dos jogadores em campo? Eles não merecem uma explicação sobre o que aconteceu?

A polícia britânica e o Arsenal fariam um bem tremendo ao esporte dando explicações satisfatórias sobre o episódio, não só por respeito aos jogadores, mas por precaução.

Neymar é um dos tantos craques brasileiros que podem nos próximos anos. A torcida escocesa já está do atacante, e um clima de animosidade - tão nocivo quanto o de racismo - está no ar. Sem a devida transparência, será difícil que esse episódio seja esclarecido e esquecido.

Duas vagas na seleção de Mano

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Daniel Gallas | 13:43, segunda-feira, 28 março 2011

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O técnico Mano Menezes deu no domingo, em Londres, alguns sinais claros de que já formou o time que disputará a Copa América, um dos três grandes torneios que a Seleção jogará até a Copa de 2014 (além das Olimpíadas de 2012 e da Copa das Confederações de 2013).

Enquanto a defesa parece estar fechada, Mano ainda precisa preencher duas vagas no setor ofensivo até o dia 3 de julho, quando o Brasil estreia contra a Venezuela, em La Plata.

A base do time de Mano é bastante parecida com o time que entrou em campo em Londres no domingo contra a Escócia. Mano demorou mais de 70 minutos para fazer a primeira substituição, testando outras opções.

Neymar

No gol, o goleiro Victor deu lugar a Júlio César nos últimos dois amistosos, e é difícil acreditar que Mano mude de ideia até julho. Jefferson, presente em todas as convocações recentes, também parece seguro no posto de terceiro goleiro.

No setor defensivo, a única novidade no domingo foi a não-escalação de David Luiz, um dos jogadores frequentes nas convocações da Era Mano. O zagueiro do Chelsea assistiu do banco à volta de ³¢Ãº³¦¾±´Ç, que por sua experiência, liderança e boa forma é candidato natural ao posto de titular de Mano. Thiago Silva, que vinha dividindo o setor com David Luiz antes da volta de ³¢Ãº³¦¾±´Ç, jogou pela terceira vez seguida como titular de Mano.

Nas laterais, Marcelo e Maicon foram chamados, mas Mano optou por Daniel Alves e André Santos como titulares, como já havia feito nos últimos dois amistosos do Brasil. Maicon, que era titular na Era Dunga, vê agora o lateral-direito do Barcelona se firmar na posição. Já André Santos teve boa atuação contra a Escócia, com participação importante no belo gol de Neymar. Marcelo, que teria recebido chance no time no domingo, machucou-se no treino. Talvez exista aqui uma possibilidade de mudanças até julho.

Do meio para a frente é onde Mano Menezes ainda faz testes. Entre os volantes, Lucas Leiva é o jogador preferido do técnico, titular em todas as ocasiões. Ontem Ramires foi escalado ao seu lado, mas Sandro e Elias também têm entrado durante as partidas.

Se Ganso, que está retornando de lesão no Santos, e Neymar continuarem jogando o futebol que os tornou famosos, há poucas dúvidas de que eles serão os titulares brasileiros na Copa América. Sobrariam então apenas duas vagas no ataque e no meio campo brasileiro.

Para o meio, Mano convocou nada menos do que nove jogadores diferentes nos últimos três amistosos (Elano, Douglas, Philippe Coutinho, Ronaldinho Gaúcho, Hernanes, Anderson, Lucas, Renato Augusto e Jádson). Alguns destes jogadores são também opções defensivas, podendo atuar como volantes.

Outros não estiveram bem nos momentos em que foram chamados, como foi o caso de Ronaldinho Gaúcho, Hernanes e Douglas, ou até mesmo Jádson, que foi discreto na vitória de domingo contra a Escócia. O destaque do amistoso foi o jovem Lucas, do São Paulo, que tem bom entrosamento com seu companheiro de Sub-20, Neymar.

Outro posto incompleto é o de atacante, para jogar ao lado do incontestável Neymar. Pato e Robinho são os favoritos, com Mano já tendo manifestado preferência pelo último. Mas a convocação de cinco atacantes diferentes nos últimos três amistosos (Jonas, Leandro Damião, Nilmar, Hulk e André) é um indício de que ainda há espaço para mudanças na frente.

O próximo teste da Seleção será no dia 4 de junho no Serra Dourada contra a Holanda, e promete ser mais interessante para se avaliar o desempenho dos jogadores. Depois disso, o Brasil joga apenas mais uma vez antes da Copa América, no dia 7 no Pacaembu, contra a Romênia, mas desta vez em clima de festa, para a despedida de Ronaldo Nazário.

Novo ano na F1, novas regras

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Daniel Gallas | 16:27, sexta-feira, 11 março 2011

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Michael Schumacher, da Mercedes

A temporada 2011 de F-1 deveria começar neste final de semana, mas devido a instabilidade política no Bahrein no último mês a estreia foi adiada para o próximo dia 27, na Austrália.


Boa notícia para as equipes que estão com problemas para acertar seus carros em tempo para a primeira corrida, como é o caso da McLaren, que parece estar ficando para trás na competição com .

E as equipes precisarão trabalhar muito neste começo de temporada, pois há mudanças drásticas no regulamento e especificações técnicas deste ano.

Aproveitando a folga inesperada nesta semana, a - que transmite as corridas aqui na Grã-Bretanha - escalou seus comentaristas para discutir três das .

Pneus Pirelli: Nenhuma das mudanças deve ter impacto tão grande quanto a introdução dos novos pneus Pirelli, que substituirá a Bridgestone. Os novos pneus se desgastam muito mais, o que obrigará os pilotos a fazerem entre três a quatro pitstops por corrida. Na temporada passada, os pneus duravam tanto que alguns pilotos paravam nos boxes apenas porque o regulamento os obrigava.

O ex-piloto e comentarista Martin Brundle diz que a mudança já pode ser percebida nos testes. Em um deles, em Barcelona, Michael Schumacher, da Mercedes, conseguiu ultrapassar Rubens Barrichello, da Williams, e ganhar 5 segundos de vantagem em apenas três voltas devido a diferença no desgaste dos pneus dos dois carros.

Com diferenças tão grandes, o desempenho dos carros na pista se tornaria ainda mais imprevisível. Isso sem contar que algumas corridas poderão ter entre 70 e 100 pitstops no total, um número para enlouquecer mecânicos, estrategistas e narradores.

Brundle lembra que pneus mais desgastados tornarão a pista mais suja, o que dificultará ainda mais o trabalho dos pilotos na pista.

Volta do KERS: Um dos fatores polêmicos da temporada de 2009 está de volta. O KERS, o sistema de reaproveitamente de energia que ajuda os pilotos nas ultrapassagens, está de volta. Algumas equipes achavam que o sistema não compensava em 2009, pois o carro ficava muito pesado, mas a FIA aumentou o peso mínimo dos carros em 20 kg, para 640 kg, na esperança de que mais equipes usem o KERS.

Segundo Brundle, a mudança pode facilitar ultrapassagens, tornando as corridas mais emocionantes, mas não será tão decisiva para se ganhar GPs quanto a mudança de pneus.

Para o ex-diretor de equipe, Eddie Jordan, a mudança é cara e inútil, e só está sendo introduzida por lobby de uma ala da F1 que defende que o esporte deve ser mais ecológico, já que o KERS adiciona energia ao carro sem consumir combustível.

Asa traseira móvel: Esta é mais uma mudança para se favorecer ultrapassagens. Nas corridas, quando um carro estiver a menos de um segundo de outro na pista, o piloto poderá ajustar a asa traseira móvel através de um controle no cockpit. Essa mudança, combinada com o KERS, dará mais velocidade para o carro que busca a ultrapassagem.

Alguns pilotos, como o atual campeão Sebastian Vettel, reclamam que se está introduzindo cada vez mais funções para os pilotos, e que dirigir um carro de F1 está virando uma tarefa complexa demais, com tantos botões e malabarismos dentro do cockpit. O ex-piloto e comentarista David Coulthard diz que isso já é uma tendência que vem acontecendo há anos, mas que, com o tempo, os pilotos não se importam de aprender novos truques, se isso os ajudar a ganhar vantagens na pista.

Já Barrichello levantou recentemente uma preocupação sobre a . O uso da asa traseira móvel é liberado durante treinos classificatórios. Rubinho teme que, com o uso indiscriminado do sistema durante as curvas, mais acidentes em alta velocidade acontecerão nos treinos.

Barcelona, o melhor de todos os tempos?

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Ricardo Acampora | 10:41, quarta-feira, 9 março 2011

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O time do Arsenal não é ruim. Longe disso. É um dos melhores da Europa, principalmente do meio campo para a frente.

Mas é uma grande ilusão pensar que pode entrar no Camp Nou, se trancar na defesa e segurar o Barcelona por 90 minutos, mantendo o placar sem gols para garantir a classificação para as quartas-de-final da Liga dos Campões.

A pequena vantagem do Arsenal tinha sido assegurada pela vitória de 2 a 1 obtida na partida de ida disputada em Londres.

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Mas a postura defensiva em campo fez com que o time inglês fosse totalmente envolvido pelo interminável toque de bola do Barcelona, principalmente depois da expulsão do atacante holandês Van Persie, no começo do segundo tempo.

Não acredito que o Barcelona deixasse de se classificar se Van Persie não tivesse recebido o segundo cartão amarelo por ter chutado a bola depois do juiz ter apitado impedimento. Mas, claro que jogando contra 10 ficou mais fácil ainda e o placar final de 3 a 1 foi pouco pelo que se viu.

A verdade é que só deu Barcelona. Os números da partida dão uma boa ideia do domínio catalão.

Enquanto o Barcelona teve 19 "tentativas de gol" (muitas delas que terminaram cara a cara com o goleiro Almunia) o Arsenal não teve nenhuma. O gol do time inglês foi marcado contra pelo meio-campo improvisado de zagueiro de área, Sergio Busquets.

barcelona212266.jpg

Após a partida, o técnico do Arsenal, Arsene Wenger, disse ironicamente que o Barça deveria dar parabéns ao juiz, sugerindo que a vitória se devia à expulsão de Van Persie.

O técnico do Barcelona, Pep Guardiola, retrucou dizendo que essa era apenas uma forma de se analisar o resultado, mas que ele preferia entender a vitória a partir do domínio de seu time.

Exagerando a estatística, Guardiola acrescentou que em nenhum momento do jogo, o Arsenal conseguiu trocar mais de três passes sem ter a bola roubada por um jogador do Barça.

Já há quem diga que esse Barcelona é o melhor time de todos os tempos.

Inegavelmente, a equipe de Guardiola tem uma mentalidade que une coletivo à competição total, com os jogadores mostrando a mesma disposição para atacar e defender.

A excelente forma do time e o ótimo entendimento entre Xavi, Iniesta, Messi e Daniel Alves garantem que novos títulos virão.

campnou512306.jpg

Mas será que a eficiência já supera a de times lendários como o Santos de Pelé, o Real Madrid de Di Stefano e Puskas, o Bayern de Beckembauer e o Ajax de Cruyff?

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