O dia em que 007 saiu perdendo
A abertura só para convidados de uma grande exposição sobre o design e os figurinos de todos os filmes de James Bond - que, segundo rumores, contou até com a presença de Sean Connery - chamava a atenção logo na entrada do Barbican Centre, um dos maiores centros de artes da Europa.
O Barbican tem espaço para exposições, cinemas, um teatro e também abriga a Orquestra Sinfônica de Londres e a Orquestra Sinfônica da Â鶹Éç. Mas ontem, ele abrigou também Gilberto Gil, que apresentou um show de cerca de uma hora e meia - o segundo que faz na cidade, já que também tocou no festival Back2Black, no fim de semana.
Em inglês, Gil agradeceu entre as músicas, contou histórias do tempo em que foi preso pela ditadura militar e falou sobre como instrumentos de corda (seu violão, a guitarra do filho Bem, o violino de Nicolas Krassik e o violoncelo de Jaques Morelembaum, que o acompanhavam), instumentos de percussão e computadores se unem para fazer música.
A Orquestra Sinfônica de Londres, conduzida por um entusiasmado Francois-Xavier Roth - que até ensaiou passos de dança durante o show - acompanhou a banda de Gil desde Dorival Caymmi ("Saudade da Bahia", que emocionou especialmente esta que vos escreve) até Jimi Hendrix ("Up from the skies").
E a plateia, cheia de brasileiros auto-exilados em Londres - um pouco, mas só um pouco, como o próprio Gil em 1969 -, cantou entusiasmada até o fim e saiu sorridente do Barbican.
Não teve pra ninguém, nem pra Sean Connery.