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Campeã teve ataque ruim e defesa boa

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Daniel Gallas | 2010-07-11, 23:57

Muito se louvou a habilidade dos jogadores da Espanha e seu potencial ofensivo. Mas no final das contas, os espanhóis ganharam a Copa graças à sua defesa, a terceira melhor da Copa, à frente apenas de Portugal e Suíça.

Na frente, os espanhóis foram decepcionantes. Se David Villa foi um dos artilheiros do Mundial, o atacante Fernando Torres foi uma decepção. Foram apenas oito gols marcados, em sete partidas, uma média que beira um gol por jogo.

De todas as semifinalistas, a Espanha teve o pior ataque. Até Brasil e Argentina, que jogaram duas partidas a menos, marcaram mais gols do que os espanhóis.

Nada disso tira o mérito dos espanhóis, que foram indiscutivelmente os melhores da Copa. Todos esses números só servem para mostrar que a Espanha nunca esteve perto de perder suas partidas decisivas. Também os poucos gols foram bem distribuídos ao longo das partidas. Só contra a Suíça, na estreia, que os espanhóis deixaram de marcar.

Quem esperava que a Espanha fosse consagrar o estilo do Barcelona nesta Copa do Mundo talvez tenha ficado um pouco decepcionado com o que viu. O Barcelona joga mais no estilo "ataque total", com chute atrás de chute e drible atrás de drible.

Como o Barcelona, a Espanha tinha muita facilidade de chegar ao ataque. Inclusive, foi a equipe que mais chegou ao ataque na Copa, um total de 107 vezes, muito mais do que a Alemanha, segunda colocada no quesito, com 91.

A Espanha também lidera outras estatísticas de ofensividade, como o número de chutes a gol (121 contra 102 de Uruguai e Alemanha) , número de passes (impressionantes 3.803 contra 2.865, da segunda colocada Alemanha) e percentual de passes certos (80%, contra 79% do Brasil).

Mas toda essa competência para chegar à frente e domínio dos jogos produziram apenas resultados apertados, com vitórias magras. A Espanha era a equipe do passe preciso e do toque lateral, mas com um jogo tedioso e sem grandes lances. Quase todas as partidas da Espanha nesta Copa podem ser rapidamente esquecidas após o Mundial.

A final talvez seja a única partida que se destaca, quando a Espanha mais fugiu das suas características comuns nesta Copa.

Contra a Holanda, os espanhóis estavam mais ansiosos para ganhar o jogo, e arriscaram mais lançamentos longos, chutes a gol e bolas atrás da linha da defesa holandesa. Seus jogadores não se intimidaram com a violência da Holanda e buscaram o gol todo o tempo, nunca se contentando com o empate.

A Espanha também deixou o adversário jogar, proporcionando oportunidades incríveis à Holanda, que poderia ter saído de campo com a vitória. Mesmo sem gols no tempo normal, a final teve seus bons momentos.

Opiniões à parte, a Espanha conquistou a sua primeira Copa, que serve um pouco de reparação pela grande contribuição dos espanhóis ao futebol mundial. E o time tem uma base razoavelmente jovem, com condições de defender seu título daqui a quatro anos, no Brasil.

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