O que vale mais: ganhar a Copa ou a Libertadores?
A Copa do Mundo está se aproximando, mas para alguns dos mais fanáticos amantes do futebol, isso não importa tanto. Conheço vários torcedores - apaixonadíssimos pelo esporte - que estão mais preocupados com o desempenho dos seus clubes no Campeonato Brasileiro, que começou neste mês. Para alguns, a campanha da seleção rumo ao Hexa é meramente uma distração maior para o que realmente importa: jogar a semifinal da Libertadores ou a final da Copa do Brasil, com datas marcadas para depois do dia 11 de julho.
Aqui na África do Sul, o sentimento de alguns entusiastas dos esportes é parecido. Existe, claro, uma mobilização enorme para a Copa do Mundo e um orgulho tremendo de o país sediar um evento deste tamanho. E há grande paixão de todos pelos Bafana Bafana.
Mas parte do país está mesmo é interessada na final do Super 14, o campeonato internacional de rúgbi, que acontece neste sábado.
E a Copa do Mundo acrescentou emoção a esse encontro. Tradicionalmente, o rúgbi é o esporte preferido dos brancos, enquanto o futebol sempre foi mais popular nos bairros predominantemente negros.
A final de sábado, entre o Bulls e o Stormers, deveria acontecer no estádio do Bulls, em Pretória, mas o local já está reservado pela Fifa para servir de campo de treino para a Argentina.
Diante do problema, o Bulls, muito popular no país, resolveu fazer história no rúgbi sul-africano. A equipe transferiu o jogo para o estádio Orlando, em Soweto, o icônico bairro de Johanesburgo dos antigos movimentos negros anti-apartheid. O bairro, que tem uma forte ligação com o futebol sul-africano, nunca testemunhou uma partida de rúgbi tão importante. O Super 14 representa para o rúgbi sul-africano algo como a Copa Libertadores é para o futebol sul-americano.
Havia o temor que o jogo fosse esvaziado, dado o pouco interesse por rúgbi em Soweto. Mas todos estavam enganados, e os ingressos se esgotaram em poucas horas na segunda-feira.
O futebol acabou proporcionando um momento histórico no país: um estádio no coração negro de Johanesburgo lotado de torcedores apoiando uma equipe no esporte mais tradicional dos brancos. A imprensa vem destacando o jogo como mais um passo do país em direção à união das raças.
No sábado, a África do Sul deve parar para ver o jogo pela TV, como se fosse uma final de Campeonato Brasileiro ou Libertadores, um pouco pela simbologia política do evento, mas muito pela paixão dos sul-africanos pelo rúgbi e pelos seus clubes. A Copa pode ter o apelo fenomenal que tem, mas há certas emoções que só mesmo os clubes do coração podem proporcionar.
dzԳáDzDeixe seu comentário
Com essa seleção ai, eu só mais meu time ganhar a libertadores.