A briga contra Button e a dança das cadeiras
A vitória de Rubens Barrichello em Valência no domingo - a centésima brasileira em GPs na história da F1 - tornou ainda mais imprevisível o campeonato deste ano.
Rubinho - ao lado de Mark Webber e Sebastian Vettel - é o terceiro piloto a desafiar o líder Jenson Button desde o GP da Turquia, em junho, quando o britânico comemorou sua última vitória até agora este ano. Desde então, a distância entre o segundo lugar e Button já caiu de 26 para 18 pontos.
Ao contrário da temporada passada, quando Felipe Massa e Lewis Hamilton lutaram por cada ponto literalmente até a última curva, neste ano o suspense é outro: Jenson Button será alcançado por Rubinho, Webber ou Vettel?
Quase tão emocionante quanto acompanhar esta temporada tem sido observar as negociações da F1 para 2010.
Do final de 2008 para o começo de 2009 praticamente não houve mudança entre os pilotos, exceto a aposentadoria de David Coulthard, a ida de Sebastien Vettel para o seu lugar na Red Bull e a estreia de Sébastien Buemi na Toro Rosso.
A "dança das cadeiras" para 2010 promete ser mais agitada. Quase todos os veículos especializados têm dado como certa a ida do bicampeão Fernando Alonso para a Ferrari. Inicialmente muitos diziam que ele assumiria o lugar de Kimi Raikkonen, mas com o acidente de Felipe Massa já não estaria tão claro que o contrato do finlandês seria rescindido.
A BMW já anunciou que fechará suas portas em 2010. A não ser que algum grupo assuma a equipe, como foi feito no ano passado com a Honda de Rubinho e Button, os pilotos Robert Kubica e Nick Heidfeld estariam desempregados e disponíveis no mercado.
A Toyota é outra equipe com futuro incerto. A montadora japonesa adiou para o final do ano a confirmação do orçamento de 2010 da equipe, provocando rumores de que o time pode fechar suas portas, liberando Timo Glock e Jarno Trulli. O italiano já teria manifestado interesse em deixar a escuderia.
Segundo o comentarista da 鶹 Andrew Benson (leia aqui o comentário em inglês), o futuro de Rubens Barrichello, da Brawn, e Giancarlo Fisichella, da Force Índia, também é incerto. No final de semana, muitos comentaristas britânicos especularam sobre a permanência de Heikki Kovalainen na McLaren, já que os resultados do finlandês nas últimas duas temporadas não estariam impressionando os diretores da equipe.
Os novatos Sébastien Grosjean e Jaime Alguersuari - que assumiram o lugar dos demitidos Nelson Piquet Junior e Sébastien Bourdais - também lutam para manter suas vagas na Renault e na Toro Rosso.
Com tanto troca-troca em vista, poucos pilotos parecem 100% seguros nas suas vagas. Esse é o caso de Lewis Hamilton, que apesar de viver "o pior ano da sua vida", como ele próprio reconheceu, voltou ao pódio nas últimas duas corridas e tem contrato até 2012 com a escuderia britânica.
A boa notícia para quem está tentando se garantir na principal categoria do automobilismo no próximo ano é a chegada de três novas equipes. Isso significaria que a F1 teria quatro pilotos a mais do que neste ano, se confirmada a saída da BMW e se nenhuma outra escuderia fechar suas portas até lá.
Para os pilotos, os disputadíssimos pontos desta imprevisível temporada, de certa forma, já valem também para o próximo ano.